segunda-feira, 24 de março de 2014

decretado

‎"Não vou deixar que nenhum filósofo alemão com nome e temperatura de cerveja pilsen me impeça de gozar alheio à toda polêmica metafísica acerca do amor. Seja ele como for, complicado, fugaz ou platônico, fica decidido:vou me submeter, quantas vezes forem necessárias aos intempéries do amorazar do estrago que faz, do parco tempo que dura, se sobram poucas canções do Cazuza pra ouvir sem zunidos."

[Gabito Nunes]

terça-feira, 18 de março de 2014

Posso ser o que ninguém vê


Eles se assustam fácil comigo. Talvez porque eu queira me mostrar ao mundo mas não aparecer por inteiro. Se assustam por eu me decidir em 5 segundos e por achar que minha razão de existir é a música. É verdade. Mas eles se esquecem de que eu não fui feita pra pensar por mais que 5 minutos. Eles se assustam comigo porque eu tenho uma paciência invisível pra quem não gosta de mim, se assustam mais ainda por eu não ligar pra nada. Tipo, quando eu digo nada, é pra nada mesmo. Não ligo pra dor, não ligo pra ressurreição. E tenho dito. E quem quiser acreditar que acredite, mas eu realmente não preciso de mãos toda hora pra me ofertarem carinho, não preciso de um riso caloroso pra eu rir sozinha, não preciso de tantas mentiras pra me fazer ver o mundo como ele realmente é. Eles se assustam por eu acreditar tanto nas pessoas, se assustam por eu não gritar quando sinto dor. Se assustam por eu escrever com a alma, se assustam por eu não me assustar com nada. É tanta coisa, meu amigo, é tanta coisa que eles sabem de mim… Mas eles precisam saber, eles precisam saber que eu sou meu próprio escudo, que eu vivo fugindo de mim com medo de encontrar quem realmente sou, vivo enfrentando as armadilhas que eu mesmo criei. Pra mim, por mim. Se assustam por eu gostar de responder perguntas! E gosto mesmo, porque assim eu sei demonstrar quem eu sou, ou quem eu tento ser. Afinal, eu posso ser coisas que ninguém vê.