sexta-feira, 23 de outubro de 2015

“QUERO ESTAR SOLTEIRA, MAS COM VOCÊ”

“Quero que vá tomar cerveja com seus amigos para que no dia seguinte tenha ressaca e me peça que vá lhe ver porque deseja ter-me entre seus braços e que acariciemos um ao outro. Quero que conversemos na cama pela manhã, sobre todo tipo de coisas, mas algumas vezes, pela tarde, quero que cada um faça o que quiser durante o dia.
Quero que me fale sobre as noites em que você sai com seus amigos. Que me conte que havia uma menina no bar que te olhava. Quero que me mande mensagens quando estiver bêbado com seus amigos e que me diga besteiras, apenas para que possa ficar seguro de que eu também estou pensando em você.
Quero que ríamos enquanto fazemos amor. Que comecemos a rir porque estamos provando coisas novas e que não têm sentido. Quero que estejamos com nossos amigos, para que pegue na minha mão e queira me levar a outro local, porque já não pode aguentar-se e tem vontade de fazer amor comigo ali mesmo. Quero ter de permanecer em silêncio porque há pessoas e ninguém pode nos ouvir.
Quero comer com você, que me faça querer falar sobre mim e que você fale sobre você. Quero que discutamos sobre qual é o menor: a costa norte ou a costa sul, a parte ocidental ou a oriental. Quero imaginar o apartamento de nossos sonhos, mesmo sabendo que provavelmente nunca vivamos juntos. Quero que me conte seus planos, esses que não têm nem pé, nem cabeça. Quero surpreender-me dizendo “Pega seu passaporte que estamos indo”.
Quero ter medo com você. Fazer coisas que não faria com ninguém mais, porque com você me sinto segura. Voltar para casa muito bêbada depois de uma noite divertida com amigos. Para que coloque a mão no meu rosto, me beije, me use como travesseiro e me abrace bem forte durante a noite.
Quero que tenha sua vida para que decida viajar algumas semanas, apenas por capricho. Para que eu fique aqui, sozinha e chateada, desejando que salte sua carinha no Facebook me dizendo “oi”.
Não quero que sempre me convide para suas noitadas e não quero convidar você para as minhas. Assim, no dia seguinte, posso contar como foi minha noite e você também pode contar-me como foi a sua.
Quero algo que seja simples e, uma vez ou outra, complicada. Algo que, por alguns minutos, me faça fazer perguntas a mim mesma, mas no momento que estiver com você em um mesmo local, desapareçam todas as dúvidas. Quero que pense que sou bonita e que fique orgulhoso ao dizer que estamos juntos.
Quero que me fale te amo e, acima de tudo, poder dizer isso a você. Quero que me deixe andar na sua frente para que possa ver como meu corpo se mexe. Para que me deixe raspar as janelas do meu carro no inverno, porque meu bumbum balança e isso te faz sorrir.
Quero fazer planos sem saber se no fim os realizaremos. Estar em uma relação clara. Quero ser essa amiga que você adora ficar. Quero que siga tendo desejo de paquerar outras meninas, mas que procure a mim para terminar o dia. Porque quero ir contigo para casa.
Quero ser aquela com quem você faz amor e depois dorme. A que te deseja paz quando está trabalhando e a que fica encantada quando você se perde no seu mundo de músicas. Quero ter uma vida de solteira com você. Porque nossa vida de casal seria igual às nossas vidas de solteiros de agora, só que juntos.
Um dia te encontrarei”.

(Essa é a reprodução íntegra da carta escrita por IsabelleTeissier, que viralizou na internet e uma vontade minha)

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

das coisas que o amor faz....

Guardar um amor desse entre nós é como querer fazer de um tubarão um animal de estimação – colocá-lo numa coleirinha qualquer e achar que conseguiremos dar uma volta com ele por aí. O amor pulsa, xinga, explode, quebra, beija, fode, fotografa, come, chora, dança, gargalha, grita, abraça, cobra, cobre, cuida, belisca, perturba, implica, machuca, inventa, reinventa, amassa, vomita, goza, descansa e vive. O amor só não sabe morrer.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O amor é a janela que permanece aberta

Então o amor é isso. Esse abismo antipoético entre a paz e a saudade aflitiva. Essa ausência invencível. Essa dor tão boa de sentir. Essa solidão avolumada pela distância. Essa vontade de esvaziar-se ao mesmo tempo em que se transborda de lembranças quentes e pulsantes. E amar consiste nessa insanidade linda e corrosiva.
Então o amor se escreve com mais de quatro letras e sua pronúncia transita entre uma doce melodia e uma angustiante memória. Há o desejo imensurável de voltar a vivê-lo, lutando para engolir a sã consciência de que é melhor mata-lo dentro de si.
Então o amor é mais do que era quando ele estava aqui. É o que resta de quem fica. O detalhe mais gritante, em cada lugar que se vá. O cheiro que persiste. O gosto intravenoso. O silêncio que isola do mundo externo. As canções que foram escolhidas a dois. As palavras recrutadas para acarinhar com precisão. A perda de grande parte de tudo.
Então o amor é o maior risco a se correr. A pequena morte diária de quem ama. O acerto mal calculado. A tristeza mais afável. A inspiração insensata. A esperança nascida em vão.
Então o amor é, sobretudo, esse desespero secreto que ninguém pode colher nos olhos de quem o sente. E torna tudo impossível depois que chega. E tudo inútil depois que se vai...