quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Bendita sejas

"Nesta ausência que me excita,tenho-te, à minha vontade,
numa vontade infinita...
Distância, sejas bendita!Bendita sejas, saudade!"

Só pra constar...

Os anônimos que me desculpem, mas prefiro os declarados (e solteiros).

Intensidade

"O meu mundo não é como o dos outros,
Quero demais, exijo demais,
Há em mim uma sede de infinito,
Uma angústia constante que nem eu mesma compreendo,
Pois estou longe de ser uma pessimista;
Sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada.
Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... Sei lá de quê!"

que é pra sempre.

O que a memória ama, fica eterno.
Te amo com a memória, imperecível.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Preciso, para



Preciso que um barco atravesse o mar
longe
para sair dessa cadeira
para esquecer esse computador
e ter olhos de sal
boca de peixe
e o vento frio batendo nas escamas.
Preciso que uma proa atravesse a carne
cá dentro
para andar sobre as águas
deitar nas ilhas e
olhar de longe esse prédio
essa sala
essa mulher sentada diante do computador
que bebe a branca luz eletrônica
e pensa no mar.

Tudo muda, nada muda.

Há um ano atrás eu estava loira, bronzeada e tomada por fungos no cérebro. Hoje, passado um ano, estou de cabelos castanhos, branquinha e sem nada na cabeça por ainda te amar como antes.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Você é quem você ama....

Desapego-me com a certeza de que a minha parte do trato foi cumprida até o fim.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

AQUALOVE



não pretendo um amor sólido
tendo em vista a grande possibilidade de um sólido se romper à menor mudança
de temperatura
de pressão.
pretendo um amor líquido
que se adapte a qualquer recipiente
e, sorvido em grande goles,
molhe os lábios
escorra pelo pescoço
e umedeça os países
ao sul do continente.
líquido, para que, aquecido,
evapore
suba ao céu
chova sobre mim
encharque o chão
e tire essa tal de segurança de debaixo dos meus pés
deixe lama entre meus dedos.
não pretendo um amor assim, concreto,
não pretendo um amor assim, rígido,
não pretendo um amor, assim, sólido
mas líquido
incerto
insólito.
e se uma frente fria vinda diretamente da Patagônia
torná-lo gelo,
frio,
pedra,
basta deixa-lo ligeiramente exposto ao seu olhar
que ele, regredindo a seu estado original,
volta a matar essa sede
amiga, inseparável, do sertão
de nós.