domingo, 30 de janeiro de 2011

me sinto estranha...




Vai ver

porque hoje é o Dia 

da Saudade...

sábado, 29 de janeiro de 2011

e é assim.

Quando o encontro é bom e tem lume não tem porta de saída: é pra sempre, de um jeito ou de outros, no coração.

eu e o mar


Mas eu devo ter vivido
    realmente à beira-mar...
Sempre que uma coisa ondeia, 
eu amo-a...
Há ondas na minha alma...
Quando ando embalo-me...

As coisas

As coisas multiplicam-se
muito mais que as pessoas
. Só elas
possuem o segredo de tranquilamente jazer
entre as ervas, as águas, as ruínas
ausentes e presentes. A sua pele
é mais fina que a casca dos minutos

e contudo, sob o lume e o vento
sob a terra em que os passos já não soam
ou no deserto violento das palavras
as coisas repousam
ou, subitamente iluminadas
gritam e falam-nos com movimentos graves
adejando como estranhos pássaros nocturnos
ou como trémulos animais interditos.

As coisas
sofrem

elas sofrem como se existissem noutra esfera
próxima de nós
como uma Lua oculta, como um peixe fantasma
como uma flor solitária numa casa abandonada
como um gato que no sono se agita pleno de medo
As coisas
minúsculas, gigantescas, iguaizinhas a nós
ensanguentadas pelo nosso terror e a nossa cólera
sob as nossas mãos
entre os nossos cabelos
repousando junto a nós quando dormimos
calmas como o ruído dum comboio numa cidade matutina
As coisas
respirando devagarinho nas nossas memórias

andando junto às nossas recordações como se fossem
um elefante, um rato, um cão fiel
feitas de barro, as coisas
de madeira ou de cera, de vidro ou de cimento
feitas de cristal e de platina, de celulóide
do fresco celofane, de aço e de papel
pobres coisas num rés-do-chão amontoadas
esquecidas como um trapo manchado
livres e belas
nosso testamento, papiro para milénios a vir
As coisas
sempre atentas
, sempre dormindo esperando o despertar
o silêncio luminoso
As coisas

nossas irmãs de mundo, nossas filhas, nosso sinal perfeito
neste universo que é o nosso resumido encontro
com a sua


eternidade acontecida.

de Nicolau Saião, tirado daqui.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Solombra

Há mil rostos na terra: e agora não consigo
recordar um sequer. Onde estás? inventei-te?
Só vejo o que não vejo e que não sei se existe.
Esperamos assim.Por esperança, a espera
vai-se tornando sonho afável; mas descubro
no olhar que te procura uma névoa de orvalho.
Qualquer palavra que te diga é sem sentido.
Eu estou sonhando, eu nada escuto, eu nada alcanço.
Quem me vê não me vê, que estou fora do mundo.
Lá, constante presença em memória guardada
percebo a tua essência - e não sei nem teu nome.
E à tentação de tantas máscaras felizes
se opõe meu leal, nítido sangue.


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Quero uma solidão, quero um silêncio,
uma noite de abismo e a alma inconsútil,
para esquecer que vivo - libertar-me
das paredes, de tudo que aprisiona;
atravessar demoras, vencer tempos
pululantes de enredos e tropeços,
quebrar limites, extinguir murmúrios,
deixar cair as frívolas colunas
de alegorias vagamente erguidas.
Ser tua sombra, tua sombra, apenas,
e estar vendo e sonhando à tua sombra
a existência do amor ressuscitada.
Falar contigo pelo deserto.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Guardado em baú

Meu ano começou aqui e assim....






Guarda do Embaú - SC.
Um rio à beira mar.