quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

cansei!

Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. Gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. Cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. Gostar é essa besta desenfreada mesmo. E não tem pensar. E arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar. Eu eu gosto de você porque gostar não faz sentido.

Permita-se. Se você acha que no fundo mesmo, apesar de todas essas reuniões e palavras em inglês que só querem dizer que você não sabe o que está falando, o que importa é ter pra quem mostrar que saiu o arco-íris. Permita-se. Porque eu não quero que você tenha essa pressa ao ponto de ajudar com as próprias mãos. Eu quero que você sinta esse prazer que chega aos poucos. E mata tudo que há em volta. E explode os relógios. E chega aos poucos ainda que você ainda não saiba nem quem é pouco e nem quem é lento. Porque você morre. Se você prefere a vida quando se morre um pouco por alguém. permita-se.

Eu não faço a menor idéia de como esperar você me querer. porque se eu esperar, talvez eu não te queira mais.

Eu não queri ir embora e esperar o dia seguinte. porque cansei dessa gente que manda ter mais calma. E me diz que sempre tem outro dia. E me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. E me diz que eu preciso de uma camisa de força. Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enrroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum aquilibrio. Se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande mentira viver sozinho, permita-se. Eu só queria alguém pra vencer comigo esses dias terrivelmente chatos.



*O texto é da Tati Bernardi, mas os sentimentos, são meus.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Transbordei

Se você soubesse a quantidade de coisas boas que eu sentia quando o seu cheiro e a sua mão estavam perto de mim. Era como se o mundo lá fora fosse um mero expectador da nossa vida aqui dentro. Lembra do nosso projeto de ontem? O agora. Viver - com tudo o que a gente podia - a inteireza do instante. Eu serenava ao teu lado. 

Se você soubesse o que acontecia quando o seu sorriso olhava pra mim. Era como se todas as estrelas encontrassem a mesma sintonia do brilho. Era como se todas elas resolvessem iluminar o nosso caminho e abençoar essa "coisa" bonita que a gente sentia um pelo outro. Sei, é que os momentos mais bonitos dessa passagem que uns chamam de Vida e outros de Sobrevivência, era ao teu lado que eu estava. Sendo quem eu gostaria.

Se você soubesse os territórios que eu percorri, os excessos que eu enxuguei, as culpas que eu assumi. Se você soubesse as tempestades que eu desdobrei, as manhãs nubladas e os finais de tarde no mais profundo ócio que eu me encontrei. E me desconheci inteiramente por isso: pelas fraquezas que passei a conhecer em mim e pela forma absurda que você cresceu aqui dentro. 

Se você soubesse os altos e baixos que passei, o quanto eu mudei, o quanto eu cresci mais mulher com a tua falta. Com as tuas ausências. Com os teus não-telefonemas, as tuas não-canções de amor, as tuas não-mensagens. E de como isso foi essencial para que eu chegasse aqui. Outra. Nova.

Se você soubesse o quanto eu transbordei ao escrever essas linhas. Mas você nunca saberá.