terça-feira, 29 de junho de 2010

Sobrenatural

Ah, o amor sem mal.
De entrega total,
que se despoja na terra,
no pó,
na lama,
no forno,
na chama,
que canta,
que planta,
que se oferece,
e que colhe
e nos conflitos da trama
as raízes,
felizes,
crescem o tronco,
se abrem nas flores,
nos frutos,
no prazer
e nas dores,
para desfalecerem
ouvindo o canto de um anjo
abençoado no azul,
no rosa.
Nesse clima eu esbanjo
espontâneo e requintado,
e na ternura do sangue,
dopado no ardor,
eu viajo do real
ao sobrenatural do amor.

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