terça-feira, 27 de julho de 2010

Indecências nada mais




Ai vem você e diz assim: não vem mais com aquelas coisas, provocações, sexo, sabe, nossas perversidades de sempre, te peço, encarecidamente, duas vias, papel caborno da burocracia da existência, carimbo, guichês, filas que andam, como se a quentura dos seres assim esfriasse, como se tomássemos o antitérmico do amor e da lenha das nossas sortes; aí donde eu: oxi, foste tu que começaste nas todas vezes últimas; eu sei, mas só te aviso, sabe; não; que sentido fazes?; e se ele soubesse daquele beijo na boca?, na frente do povo?, te daria um murro; ah, não se bate num homem de óculos em seus domínios; e foi na boca mas só raspou o gloss, nada de garganta profunda; lábios que eu beijei, né questão de posse, só merecimento por antiguidade, serviços prestados, usucapião do teu coração que por mim, só por vício, nem mais por amor, ou agora é que será, ainda bate.

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