O amor
é um desastre. E um acidente. Tenho lido/escrito tanto sobre isso que
estou ficando com medo que meu coração bata no muro a próxima vez que
dobrar a esquina. Ainda assim sigo em frente, às cegas, e entro em becos
sem saída, mas depois dou um jeito de sair voando. Ou construo muros
que parecem me prender, até o dia em que resolvo pulá-los para ver o que
tem do outro lado. Estou aqui depois desse último ponto pensando se
deixo essa metáfora ou não, essa coisa de caminho/acidente de carro
parece uma metáfora tão ridícula para falar de amor. Mas aí resolvo que
vou deixá-la, afinal tudo é meio ridículo quando se trata de amor, não?
Ou exageradamente belo, bobo e ingênuo, ou cru, sangrento e dolorido. É
realmente como um acidente em que se sobrevive: você sai cheio de
marcas, machucados e cicatrizes, mas se não te mata dá aquela sensação
de agradecimento por sentir, por estar vivo. Algumas pessoas depois de
um acidente fica assustadas, e tentam se resguardar, com medo de que da
próxima vez não saiam vivas. Eu não sei se sou muito inteligente, ou
muito burra. Na verdade, acho que nenhuma das duas coisas, acho que sou é
conformada. Porque por mais que eu quebre a cara, os dentes, e arrume
cicatrizes que me cortam o peito inteiro, eu continuo me lançando de
encontro a muros e pulando abismos sem olhar pra baixo. Não digo que não
tenha medo, eu tenho, e tenho também muitas dúvidas. Mas acima disso,
eu tenho uma certeza: morrer de amor não mata. Aliás, morrer de amor é o
melhor jeito de viver.
vem daqui Ó
Um comentário:
A morte da semente é a celebração mesma da flor.
Postar um comentário