domingo, 27 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Onírico
Veio num sonho, certa noite. Ela o amava. Ele a amava também. E ainda que essa coisa, o amor, fosse complicada demais para compreender e detalhar nas maneiras tortuosa como acontece, naquele momento em que acontecia dentro do sonho, era simples. Boa, fácil, assim era. Ela gostava de estar come ele, ele gostava de estar com ela. Isso era tudo.
Dormiam juntos, no sonho, porque era bom para um e para outro estarem assim juntos, naquele outro espaço. Não vinha nada de fora, nem ninguém. Deitada nua no ombro também nu dele, não havia fatos. Dormiam juntos, apenas. Isso era limpo e nítido no sonho que ela sonhou aquela noite.
Deitada no ombro dele, ela via seu rosto muito próximo. Esse era o sonho, nada mais. E isso, mais tarde saberia, era o único fato do sonho inteiro: via o rosto dele muito próximo. Como um astronauta prestes a desembarcar veria a face da lua, mas reconhecendo o Mar da Serenidade perdido em poeira cinza, assim ela o via naquela proximidade excessiva, quase inumana de tão próxima. Fechasse os olhos - mas não os fecharia, pois já estava dormindo - guardaria contras as pálpebras cerradas um por um dos traços dele. Crateras miúdas com negros fios de barba despontando duros dentro delas, molhadas gretas polpudas além das quais brilhava o branco duro dos dentes.
Coisas assim, ela via. E de olhos abertos, embora fechados, pois sonhava, protegia-o, protegiam-se no meio da noite. Tão simples, tão claro. E de alguma forma inequívoca, para sempre.
Talvez ele tivesse passado um dos braços em torno da cintura dela, quem sabe ela houvesse deitado uma das mão sobre o ombro dele, erguendo o dedos até que tocassem o lóbulo da orelha. Em todos os dias que seguiram à noite daquele sonho, e foram muitos, honestamente não saberia localizar outros detalhes. Pois enquanto dormia, naquela noite, tudo era só e apenasmente isso: dormiam juntos.
No centro da noite, no meio do sonho, no outro espaço.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
No fio da navalha
E um dia quando eu dormisse
No fio da navalha afiada do teu corpo
Queria render-me sem medo de descansar
Escorre-me sobre o peito a gota de suor duvidosa
Entre as curvas sinuosas de meus seios
Sem saber ao certo até onde pode ser levada
E um dia quando eu dormisse
No fio da navalha afiada do teu corpo
Pudera eu não ter receio de fechar os olhos
Pensando que podes fugir ao meio da noite
Vai que eu sinta frio durante a madrugada
E terei que inventar fogueiras no quarto.
E um dia quando eu dormisse
No fio da navalha afiada do teu corpo
Que minha fragilidade seja mais forte, mais firme
E que se não se desfaça diante da tua rigidez
O amor anda tão próximo do silêncio
Que eu te pediria para fazer silêncio comigo
(Um dia em que dormisse no fio da navalha,
Um dia eu amanhecesse sob o peso de teu corpo)
( Cáh Morandi )
Como me tornei louca
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas- as sete máscaras que tinha confeccionado e usado em sete vidas- e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: "Ladrões, malditos ladrões!"
Todos ao redor riam de mim, e alguns correram para longe, com medo de mim.
E quando cheguei à praça, uma menina de longos cabelos vermelhos, trepada num ipê rosa gritou: "ela é uma louca!"
Olhei para cima, para vê-la; o sol beijou pela primeira vez minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: "Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras"
Assim me tornei uma louca.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura. A liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que diz nos compreender escraviza alguma coisa em nós.
domingo, 25 de outubro de 2009
E quanto a mim?
Mas pelo menos sei que não é um lugar que possa procurar.
Porquê não é para onde vai; é como se sente por um instante na sua vida enquanto é parte de alguma coisa.
E se achar esse momento, ele pode durar para sempre.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O meu 'agora'
Eu aprendi a andar; desde então corro. Eu aprendi a voar; desde então não preciso que me empurrem para que me mova.
Agora sou leve, agora vôo; agora vejo por baixo de mim mesma, agora dança em mim um deus.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Ciclo Marte - Vênus
seu perfume
acende todas as vielas
esquinas e avenidas
de meu instinto animal
sem camisa
deitado sobre a vida
a espera
de um incidente qualquer
convulsiono...
irresponsavelmente...
animal.
Poesia: Carlos Alberto Pessoa Rosa
Imagem: Ana Thomás
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
fim de domingo
sábado, 12 de setembro de 2009
paciência
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Desejo do dia:
Ando me sentindo meio Bukowski com pitadas de Nelson Rodrigues, mas esse poema do Quintana é o que melhor me traduz hoje.
"Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece…
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!"
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
O dia em que Júpiter encontrou Saturno (Nova história colorida)
Não que estivesse triste, só não sentia mais nada.
Levemente, para não chamar a atenção de ninguém, girou o busto sobre a cintura, apoiando o cotovelo direito no peitoril da janela. Debruçou o rosto na palma da mão, os cabelos lisos caíram sobre o rosto. Para afastá-los, ela levantou a cabeça, e então viu o céu. Um céu tão claro que não era o céu normal de Sampa, com uma lua quase cheia e Júpiter e Saturno muito próximos. Vista assim parecia não uma moça vivendo, mas pintada em aquarela, estatizada feito estivesse muito calma, e até estava, só não sentia mais nada, fazia tempo. Quem sabe porque não evidenciava nenhum risco parada assim, meio remota, o moço das calças brancas veio se aproximando sem que ela percebesse. Parado ao lado dela, vistos de dentro, os dois pintados em aquarela - mas vistos de fora, das janelas dos carros procurando bares na avenida, sombras chinesas recortadas contra a luz vermelha. E de repente o rock barulhento parou e a voz de John Lennon cantou every day, every way is getting better and better. Na cabeça dela soaram cinco tiros. Os olhos subitamente endurecidos da moça voltaram-se para dentro, esbarrando nos olhos subitamente endurecidos do moço. As memórias que cada um guardava, e eram tantas, transpareceram tão nitidamente nos olhos que ela imediatamente entendeu quando ele a tocou no ombro.
- Você gosta de estrelas?
- Gosto. Você também?
- Também. Você está olhando a lua?
- Quase cheia. Em Virgem.
- Amanhã faz conjunção com Júpiter.
- Com Saturno também.
- Isso é bom?
- Eu não sei. Deve ser.
- É sim. Bom encontrar você.
- Também acho.
(Silêncio)
- Você gosta de Júpiter?
- Gosto. Na verdade “desejaria viver em Júpiter onde as almas são puras e a transa é outra”.
- Que é isso?
- Um poema de um menino que vai morrer.
- Como é que você sabe?
- Em fevereiro, ele vai se matar em fevereiro.
- Hein?
(Silêncio)
- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?
- Eu.
(Silêncio)
- Como é que você sabe?
- O quê?
- Que o menino vai se matar.
- Sei muitas coisas. Algumas nem aconteceram ainda.
- Eu não sei nada.
- Te ensino a saber, não a sentir. Não sinto nada, já faz tempo.
- Eu só sinto, mas não sei o que sinto. Quando sei, não compreendo.
- Ninguém compreende.
- Às vezes sim. Eu te ensino.
- Difícil, morri em dezembro. Com cinco tiros nas costas. Você também. Do poema “Vazio na carne”, de Henrique do Vaile.
- Também, depois saí do corpo. Você já saiu do corpo? (Silêncio)
- Você tomou alguma coisa?
- O quê?
- Cocaína, morfina, codeína, mescalina, heroína, estenamina, psilocibina, metedrina.
- Não tomei nada. Não tomo mais nada.
- Nem eu. Já tomei tudo.
- Tudo?
- Cogumelos têm parte com o diabo.
- O ópio aperfeiçoa o real.
- Agora quero ficar limpa. De corpo, de alma. Não quero sair do corpo.
(Silêncio)
- Acho que estou voltando. Usava saias coloridas, flores nos cabelos.
- Minha trança chegava até a cintura. As pulseiras cobriam os braços.
- Alguma coisa se perdeu.
- Onde fomos? Onde ficamos?
- Alguma coisa se encontrou.
- E aqueles guizos?
- E aquelas fitas?
- O sol já foi embora.
- A estrada escureceu. Mas navegamos.
- Sim. Onde está o Norte?
- Localiza o Cruzeiro do Sul. Depois caminha na direção oposta.
(Silêncio)
- Você é de Virgem?
- Sou. E você, de Capricórnio?
- Sou. Eu sabia.
- Eu sabia também.
- Combinamos: terra.
- Sim. Combinamos.
(Silêncio)
- Amanhã vou embora pra Paris.
- Amanhã vou embora pra Natal.
- Eu te mando um cartão de lá.
- Eu te mando um cartão de lá.
- No meu cartão vai ter uma pedra suspensa sobre o mar.
- No meu não vai ter pedra, só mar. E uma palmeira debruçada.
(Silêncio)
- Vou tomar chá de ayahuasca e ver você egípcia. Parada ao meu lado, olhando de perfil.
- Vou tomar chá de datura e ver você tuaregue. Perdido no deserto, ofuscado pelo sol.
- Vamos nos ver?
- No teu chá. No meu chá.
(Silêncio)
- Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
- Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
- Vou te escrever carta e não mandar.
- Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
- Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
-Vou ver Saturno e me lembrar de você.
- Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
- O tempo não existe.
- O tempo existe, sim, e devora.
-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
- Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
- E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.
(Silêncio)
- Mas não seria natural.
- Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
- Natural é encontrar. Natural é perder.
- Linhas paralelas se encontram no infinito.
- O infinito não acaba. O infinito é nunca.
- Ou sempre.
(Silêncio)
- Tudo isso é muito abstrato. Está tocando Kiss, kiss, kiss. Por que você não me convida para dormirmos juntos.
- Você quer dormir comigo?
- Não.
- Porque não é preciso?
- Porque não é preciso.
(Silêncio)
- Me beija.
- Te beijo.
Foi a última pessoa que viu ao sair. Tão bonita que ele baixou os olhos, sem saber sabendo que ela também o tinha visto. Desceu pelo elevador, a chave do carro na mão. Rodou a chave entre os dedos, depois mordeu leve a ponta metálica, amarga. Os olhos fixos nos andares que passavam, sem prestar atenção nos outros que assoavam narizes ou pingavam colírios. Devagarinho, conquistou o espaço junto à porta. Os ruídos coados de festas e comandos da madrugada nos outros apartamentos, festas pelas frestas, riu sozinho. Ria sozinho quase sempre, um moço queimado de sol, com a barra branca das calças descosturada, querendo controlar a própria loucura, discretamente infeliz. Mordeu a unha junto com a chave, lembrando dela, uma moça magra de cabelos lisos junto à janela. Baixou outra vez os olhos, embora magro também. E suspirou soltando os ombros, pés inseguros comprimindo o piso instável do elevador, Só porque era sábado, porque estava indo embora, porque as malas restavam sem fazer e o telefone tocava sem parar. Sorriu olhando em volta.
Não que estivesse triste, só não compreendia o que estava sentindo.
Levemente, para não chamar a atenção de ninguém, apertou os dedos da mão direita na porta aberta do elevador e atravessou o saguão gelado, saindo para a rua. Apoiou-se no poste da esquina, o vento esvoaçando os cabelos, e para evitá-lo ele então levantou a cabeça e viu o céu. Um céu tão claro que não era o céu normal de Sampa, com uma lua quase cheia e Júpiter e Saturno muito próximos. Visto assim parecia não um moço vivendo, mas pintado num óleo de Gregório Gruber, tão nítido estava ressaltado contra o fundo da avenida, e assim estava, mas sem compreender, fazia tempo. Quem sabe porque não evidenciava nenhum risco, a moça debruçou-se na janela lá em cima e gritou alguma coisa que ele não chegou a ouvir. Parado longe dela, a moça visível apenas da cintura para cima parecia um fantoche de luva, manipulado por alguém escondido, o moço no poste agitando a cabeça, uma marionete de fios, manipulada por alguém escondido.
De repente um carro freou atrás dele, o rádio gritando “se Deus quiser, um dia acabo voando”. Na cabeça dele soaram cinco tiros. De onde estava, não conseguiria ver os olhos da moça. De onde estava, a moça não conseguiria ver os olhos dele. Mas as memórias de cada um eram tantas que ela imediatamente entendeu e aceitou, desaparecendo da janela no exato instante em que ele atravessou a avenida sem olhar para trás.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
faz de conta
Depois você passou naquela loja onde tem uns vestidos moderninhos e coloridos. Você entrou e pediu aquele cor de laranja com borboletas, muito mais curto do que os que você costuma usar. Aproveitou e pediu a sapatilha da vitrine. Arrancou o seu terninho bege, sua camisa branca e seu escarpim marrom. Deixou tudo por lá mesmo, no provador. E quando a vendedora perguntou o que fazer com aquilo, você disse: Queima.
Quando você retornou ao trabalho, uma hora depois do horário de costume, com aquele vestidinho e com os cabelos daquele jeito, a roda em torno de você foi se formando. Uns, animadíssimos. Outros, nem tanto. Alguns reprovaram. Como as coisas já não andavam muito bem por ali, sua chefe lhe chamou no final do dia para conversar, e avisou que as coisas não poderiam continuar daquele jeito, ou ela teria que substituir você. E você disse: Substitui.
Saindo de lá deu vontade de jantar naquele bistrô aonde você acha que só deveria ir no dia do seu aniversário ou outra data importante. Você mal encostou seu carro e já veio o dono da rua, dizendo que eram dez pratas para parar ali. E, como você não deu bola, o homem começou aquela conversinha surrada dizendo, na entrelinha da entrelinha, que um eventual não-pagamento antecipado incorreria em riscos indesejáveis na pintura do seu bólido. Você pegou o celular, digitou três números, mostrou o visor para o homem e, já com o dedo na tecla “ligar”, disse: Risca.
Faz de conta que você chegou em casa e sua filha de dezessete anos estava na sala com o namorado. Você teve que contar de novo a história daquele vestido e daquele cabelo e, como chovia, sua filha sondou se o rapaz poderia dormir ali. E, enquanto jogava no lixo aquela agendinha que você só usava no trabalho, você disse: Pode.
Quando se deitou para dormir, aquele anjo que costuma vir conversar com você antes do sono se empoleirou na cabeceira da sua cama. Elogiou o cabelo, o vestido, a decisão no trabalho, o presente de não-aniversário, o chega-pra-lá no dono da rua, a atitude com a filha. Só por curiosidade, perguntou que bicho havia mordido você. E você, se ajeitando no travesseiro e já desligando o abajur, disse: Nenhum.
No dia seguinte, vendo que eram dez da manhã e você ainda não havia se levantado, sua filha entrou no quarto, vocês conversaram e no final ela perguntou como é que vocês viveriam dali para frente. Com certa ironia, ela arriscou dizer que com as bolsas e os badulaques que você produzia e vendia nos finais de semana é que não seria. E você disse: Sim.
À tarde, você procurou o dono daquele galpão que você havia visto para alugar, perfeito para uma oficina, e fez uma oferta. O homem coçou a cabeça, pediu um pouquinho mais, e você disse: Fechado.
À noitinha, você foi até a casa dos seus avós, assim, de surpresa. E, de surpresa, você os beijou. E quando eles perguntaram o que era aquilo, você disse: Amor.
Faz de conta que foi assim. Faz de conta que foi desse jeito que você virou a mesa. Que resolveu não perder mais tempo, fazer o que gosta e ser do jeito que você, só você, acha que fica mais bonita.
Faz de conta que você morreu. E que alguém lhe deu a oportunidade de voltar para um terceiro tempo.
Então. Agora vai lá e faz tudo de verdade.
Li esse texto aqui ó e gostei.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
caladinha
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
domingo, 2 de agosto de 2009
menos um dia
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Alguém me explica?
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Festival das Estrelas
Foi um domingo colorido...
quinta-feira, 2 de julho de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Só enquanto eu respirar...
quarta-feira, 24 de junho de 2009
a cor e sabor do meu amor
e eu parti para ti
e nos transpusemos.
O mar abriu-se em bocas
cujos lábios
jogavam beijos para o céu
na espuma branca das ondas.
Faz-se nosso alimento
no plasma
que nos doamos
nas transfusões de calor.
Abriram-se as flores
no recado
que o vento trouxe
com perfume.
Faz-se a nossa reza
para o bem durar
sem medo de acabar.
Tudo é natural.
Nós acontecemos simplesmente
no que tem de ser
e caminhamos nas horas
dos ponteiros
o tempo que exprimimos
nos dias e nas noites
do fazimento do nosso amor.
Do meu poeta preferido
quarta-feira, 17 de junho de 2009
livro bom de ler
Talvez o capítulo final, talvez.
A dúvida é: os personagens principais morrem no final, ou serão felizes para sempre?
Estou tentando escrever a história desse livro, e sinceramente, não quero que ele vá para estante.
Pode ser o único livro da minha vida que não teve começo, e se eu não deixar, não terá o fim.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
O mundo é um moinho
Abismo que cavaste com os teus pés.
– Cartola
Dou o que recebo
quanto mais amado
mais correspondo ao amor.
Se sou esquecido,
devo esquecer também,
Pois amor é feito espelho:
-tem que ter reflexo.
Pablo Neruda
amor X realidade
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
sábado, 13 de junho de 2009
replay
Já postei esse trecho do livro Mulheres que correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés, mas achei que os pensamentos e acontecimentos de hoje mereciam esse replay .
Noite sem lua
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Amanhã
Amanhã fico triste,
Amanhã.
Hoje não. Hoje fico alegre.
E todos os dias,
por mais amargos que sejam,
Eu digo: Amanhã fico triste,
Hoje não.
(Autor desconhecido)
quarta-feira, 3 de junho de 2009
domingo, 31 de maio de 2009
Faça-me um sorriso
Espero sua boca e a lua, minha boca na sua
Com você tenho nuances de arco-íris
Sua ausência pinta minhas horas de cinza
Te quero azul e vermelho
Venha pra mim!
Serei seu amor
Sua cama
Seu aconchego
Sua casa
Sua paz
Me dá um beijo , meu amor
Faça-me um sorriso.
sábado, 30 de maio de 2009
domingo, 10 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
...
Podem me chamar insana, mas penso que,
talvez, o Paraíso não mereça minha visita.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
tempo...
nem veio e já foi...
Traz o desespero dos amantes solitários
daqueles que nadam em círculos
No limite de seus aquários
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Open me
terça-feira, 28 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
As 22 que faltavam. Agora sim, 101 coisas.
81- Meus joelhos rangem como portas velhas.
82- Eu faço minha moda.
83- Minha espontaneidade assusta as pessoas (????)
84- Costumo relaxar deitada, com as pernas levantadas a 90º.
85- Odeio leite, amo queijos.
86- Gosto de boteco pé sujo.
87- Amo São Paulo.
88- Não sei amar pela metade.
89- Não tomo remédios.
90- Tomo todos os tipos de chás. (de cogumelo dispenso)
91- Me rebelo contra qualquer pessoa que tente estragar minha felicidade.
92- Disseram-me que tenho mais paciência do que penso que tenho.
93- Meu coração é meu guia.
94- Não alimento ilusões, nem minhas , nem alheias.
95- Sinto fascínio por raios.
96- Raramente fico doente.
97- Não vivo sem água e óculos de sol.
98- Creme dental branco me dá náusea. Só uso Gel.
99- Uso filtro solar.
100- Tenho um lado espiritual independente de religiões.
101- Nunca desligo meu celular. (ME LIGA!)
participação especial dos Assessores pra assuntos sobre mim : Sr. X, Sister Josy.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
79 das 101 coisas sobre mim...
2- Acredito em horóscopo.
3- Sou uma capricorniana com todos os defeitos e qualidades de uma escorpiana.
4- Adoro ser publicitária, mas se pudesse escolher de novo estudaria Gastronomia.
5- Não guardo mágoas.
6- Não perdôo mentiras.
7- Sou otimista (até demais às vezes).
8- Amei um único homem até hoje.
9- Sofri por perdê-lo.
10- Dizem que falo bem em público, mas minha vontade era cantar.
11- Suporto grandes dores, físicas ou não.
12- Não reconheço rostos no meio de muita gente. Olho e não vejo.
13- Sou sarcástica.
14- E imediatista.
15- Sou desprovida de preconceitos.
16- Minha cor preferida é o preto.
17- Sei guardar segredo. (não os meus).
18- Tenho mania de limpeza.
19- Tenho muitas vontades pro futuro.
20- Se o mundo acabasse amanhã, não saberia o que fazer hoje.
21- Ouço todo tipo de música, o tempo todo.
22- Amo Jazz e rock’n roll.
23- O Por do Sol me emociona.
24- Deito no chão pra ver as estrelas.
25- Em casa, só ando descalça.
26- Durmo de meias.
27- Trabalho desde os 14.
28- Não acordo cedo, mesmo quando me levanto.
29- Penso melhor depois da meia noite.
30- Nunca vou querer morar em apartamento.
31- Prefiro espanhol ao inglês.
32- Não tenho inimigos, só a balança.
33- Tomo muito café.
34- Amo gergelim.
35- Curto intensamente todas as estações do ano.
36- Coleciono cinzeiros.
37- Adoro almofadas.
38- Cultuo livros.
39- Já fui consumista.
40- Adoro plantas em casa.
41- Atraio gente esquisita.
42- Bebo muita água.
43- Vinho só tinto e seco.
44- Vodka só Absolut.
45- Não suporto shoppings.
46- Troco de bolsa com frequência.
47- Quando fico triste, fico muda.
48- Gosto de homem que me faça rir. Se tiver humor ácido, me apaixono.
49- Prefiro conteúdo à forma. Mas agradeço se tiver uma boca bonita.
50- Converso olhando nos olhos. Estranho quem não o faz.
51- Falo demais.
52- Tenho poucos “amigos”.
53- Conheço muita gente.
54- Muita gente acha que me conhece.
55- Tive uma ótima educação, mas falo palavrão.
56- O mar me hipnotiza.
57- Choro à toa.
58- Preciso usar óculos, mas não enquanto estiver de aparelho.
59- Amo dirigir na estrada.
60- Falo sozinha no trânsito.
61- Sou fumante, e quero parar.
62- Tenho uma alimentação saudável.
63- De vez em quando jogo na mega sena.
64- Gasto tudo o que ganho.
65- Prefiro esportes ao ar livre.
66- Me considero uma pessoa feliz.
67- Tive um pai maravilhoso. Sinto muita falta dele.
68- Quero muito muito muito uma certa câmera fotográfica.
69- Ás vezes escrevo mas não posto.
70- Tenho horror à aranha.
71- Não gosto de ser assunto.
72- Não curto qdo subestimam minha inteligência.
73- Passo um ar de austeridade pra quem nunca falou comigo.
74- Tenho 5 tatuagens.
75- Para viajar, estou sempre pronta.
76- Faço malas pequenas.
77- Sei me divertir, mesmo quando sozinha.
78- Adoro instrumentos de percussão.
79- Não consigo pensar com sono.....por isso, termino num próximo post. Prometo!
quinta-feira, 23 de abril de 2009
O efeito X
Tinha beijado o papel devotamente !
Era a primeira vez que lhe escreviam
aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se
ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido
que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim
numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo conduzia a um êxtase,
e a alma se cobria de luxo
radioso de sensações ! ...
(O Primo Basílio - Eça de Queiroz)
Dedicado ao Sr. X, por todos os sorrisos.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Ganhei de presente...
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Mesmo que não seja real...
Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval.
domingo, 19 de abril de 2009
Só por hoje...
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Manoel Bandeira
sábado, 11 de abril de 2009
quinta-feira, 9 de abril de 2009
O novo de novo
quarta-feira, 1 de abril de 2009
terça-feira, 31 de março de 2009
Samba de ir embora
domingo, 29 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Palavras emprestadas...
Você, pra mim, mostrou
sexta-feira, 13 de março de 2009
Já já eu volto...
Tô sentindo falta de escrever, mas nas duas últimas semanas faltaram minutos pros meus dias.
Trabalho demais (dois), academia 5 vezes por semana ,pra voltar a minha forma original e deletar de vez minha cinturinha de Ovo, e resolvi estudar de novo.
Mas esse final de semana conto com mais detalhes as novidades que tem me feito bem feliz.
Tô com saudade!
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Reclamações
Peço tantas segundas e terças pra que isso aconteça.
E dá-lhe chás, sorines e vários f.d.p.(tenho a boca suja qdo quero)
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
carnaval....
Já se passaram alguns carnavais. E não estamos mais sob o mesmo teto. Mas é inevitável lembrar daquele carnaval.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Machadeando....
O tempo tem operado milagres....
Agora vou dormir, que a vida tem me acordado cedo.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Terapia do abraço, eu pratico!
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Colori...
Ontem estava mergulhada numa tristeza infinita...choro compulsivo, mistura de amor e mágoa, saudade. Não sei administrar essa tal de mágoa, sentimento novo pra mim. Antes as coisas aconteciam e passavam, eu esquecia. Hoje tenho uma gaveta de arquivos que gostaria de me livrar. Mas não é de uma hora pra outra....eu sei.
Mas mudando de assunto: Hoje foi meu primeiro dia de trabalho e adorei. Estava um pouco apreensiva com o que ía encontrar. Não sabia quem trabalha no meu setor e que o fato de eu ser publicitária e não jornalista pudesse causar algum desconforto. Engano meu! Fui muito bem recebida, por pessoas super bacanas e que esperam minha contruibuição para melhorar ainda mais os resultados do setor de comunicação. Tão botando fé em mim. Oba!!!! Tô empolgadíssima e cheia de ideias (sem agudo). Aliás, essa semana vou fazer um cursinho rápido de português, pra ficar mais por dentro dessas mudanças...
E é isso gente! Tô feliz de novo...apesar de não poder dividir isso com quem eu mais gostaria que comemorasse comigo. Mas tá valento!
Uma semana colorida pra todos...beijo grande.
Tá tudo cinza
foto Vitor Tripologos
O coração é o relógio da vida. Quem não o consulta anda, naturalmente, fora do tempo (Machado de Assis)
O meu 'relógio' tá quebradinho...
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Olha o que eu ganhei....
Tenho que passar pra 10 pessoas, mas resolvi passar pra 5...o que me faz cortar uma corrente que vou explicar já já...Mas os cinco escolhidos são:
O Teco do Vixe Maria!
A Drika do Louca.mente
A Diretoria do Mulheres que amam demais
O João do Jawnpensando
A Sara e Anita do Equilibradoras de pratos
Segundo a Fê, esse selo tem uma particularidade, que é o seguinte:
Já teve curiosidade de ver sua caricatura?
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” que vc acabou de ganhar!
2- Poste o link do blog que te indicou.
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.
Eu já quebrei as regras, mas se alguém quiser retomá-la, acho que dá tempo!
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Hoje além do selinho, ganhei coisas novas. O mais importante foi o novo trabalho. Tô bem feliz! Novas perspectivas, salário justo, com direito a carteira, férias e décimo terceiro (coisa que não tinha fazia tempo).
E tô feliz pela Drika do Louca.mente que conseguiu o começo da realização de um dos sonhos...
E assim chego a conclusão que estamos entrando numa nova energia. Este ano promete!
PRA VIRAR CINZA MINHA BRASA DEMORA.....
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Mulheres que correm com os Lobos.
Trecho do livro Mulheres que correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés. Indispensável para mulheres de qualquer idade....Eu recomendo!!!
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Para começar uma semana decisiva........
Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda Que Os Teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima De ti mesmo. Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera Com paciência. Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança Em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação Da fé e prosseguir vivendo. Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite. Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte. Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia. (Chico Xavier)
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
o pôr....
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Pra alguns que perdem o "time"...
tirei daqui, ó
Sou uma mulher madura que as vezes brinca de balanço...
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Eu não sei mais...
Por mais que eu tente pensar que pode ser diferente, mais parece o remake de um filme antigo.
Será que as pessoas mudam??????
(Clarice Lispector)
Lá fora cai uma chuva fina e fico me perguntando pq minha cama é tão grande?
domingo, 25 de janeiro de 2009
Domingo com cara de Domingo
Canção de Saudade - Cartola
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
espelho
A coragem lhe surgiu depois de um mosaico de sentimentos.
Atrás da porta, o espelho refletia sua alma nua.
E só depois de aberta entendeu porque hesitara tanto...
Olhou, sem pudor, por um momento.
Um sorriso.
E a alma se cobriu com sua estima pelo que tinha se tornado.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Segunda-feira
Ficar esperando.
Sofrendo.
Contando saudades.
Se o amor não é possível,
o melhor é colocar um fim.
E ponto."
domingo, 18 de janeiro de 2009
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
O primeiro Meme
Então vamos lá:
1. Colocar o link de quem te indicou pro meme; (será que eu fiz certo?)
2. Escrever estas 5 regras antes do seu meme pra deixar a brincadeira mais clara; (here)
3. Contar 6 fatos aleatórios sobre você (essa é a proposta da brincadeira!);(só seis?)
4. Indicar 6 blogueiros pra continuar o meme;(essa vai ser a parte mais difícil.)
5. Avisar para esses blogueiros que eles foram indicados.(ou essa...)
EU e as seis coisas:
1. Eu faço duas coisas quando preciso fechar um ciclo: corto o cabelo e faço uma tatuagem. Tive o cabelo de todos os comprimentos possíveis (até máquina 1) e tenho 5 tattoos.
2. Tenho verdadeira paixão por tudo que tem gergelim...biscoitos, doces, óleo, pasta..tudo..tudinho.
3. Minha vida tem trilha sonora. Tenho uma música pra cada capítulo da minha história de 34 anos. Sou eclética nesse assunto, ouço de tudo(menos sertanejo)
4. Tenho uma TPM fdp...mordo até pit bull algumas vezes, e em outras choro de tristeza se alguém não me diz bom dia.
5. O único inseto que tenho medo, nojo, asco, pavor, pânico, horror, aversão, náusea, ojeriza é de aranha. Nem em fotografia...
6. Não bebo leite, mas aprecio os derivados. Viciada em requeijão cremoso e uma verdadeira rata em relação aos queijos.
Qualquer dia vou postar as 105 coisas que sei de mim.
Agora os convidados...
Rogê do Um dia após o outro
Drika do louca.mente
Teco do Vixe Maria!
Lee e Bridget do Sou pára-raio de doido
Paula do Meu retrato
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
À partir daquele momento, se tornará uma alma especial. E saberemos então, que jamais conseguiremos atravessar uma estrada sem deixar de sentir um rastro de saudade...
Este post vai pra minha amiga/irmã/ouvinte/conselheira/ombro.
Feliz vida amiga ÉRICA. Muitos anos de sorrisos pra você.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Prestes a voar...
Linda menina abra as asas
Voe o mais alto que puder
Acredite, você pode ir ainda mais alto
Feche os olhos, imagine-se
Nunca olhe para baixo,
De a mão ao céu
Alcance o universo, almeje o infinito
Transpasse as barreiras da realidade
...e siga seu coração.